quinta-feira, 19 de junho de 2008

Perguntas Freqüentes

1-O que é análise de balanços?
Constitui-se num processo de meditação sobre os demonstrativos contábeis, objetivando uma avaliação da situação da empresa em seus aspectos econômicos patrimoniais e financeiros auxiliando, assim, a tomada de decisões de uma determinada empresa.

2-Qual a diferença entre dado e informação?
Dados são números, medidas, valores, e símbolos quantitativos. Uma informação é basicamente a interpretação e compreensão de um conjunto de dados, mensagens recebidas sob forma de dados.

3-Qual o papel do parecer da auditoria?
Tem o papel de trazer transparência nas informações prestadas pelas empresas e instituições e auxiliar na tomada de decisões.

4-Que relação se pode estabelecer entre a Contabilidade e a Análise de Balanços?
A análise de balanço começa onde termina a contabilidade. Uma das funções da contabilidade é formular as demonstrações contábeis em cima da interpretação dos fatos administrativos, demonstrações essas que servirão de base para análise de balanço.

5-Relacione os principais usuários da Análise de Balanços.
Investidores, acionistas, administradores e governos.

6-Quais as etapas básicas do processo de análise de balanços?
Estudo sobre todos os dados e informações contidas no balanço, logo após podemos analisar e interpretar as contas mais relevantes e efetuar a comparação com o balanço do exercício anterior. Desta forma podemos efetuar uma analise de balanço consistente.

7- que é padronização? Qual a finalidade?
Conjunto de atividades sistemáticas para estabelecer e utilizar padrões, avaliar seu cumprimento e resultados decorrentes de sua aplicação. Finalidade de determinar um método específico para utilizar.

8- As notas explicativas são importantes para a Análise de Balanços? Por quê?
As Notas Explicativas são detalhamentos do Balanço e devem ser lidas em conjunto com esse demonstrativo. Esclarecem pontos que o Balanço não consegue retratar, tais como transações ou fatos que podem alterar, futuramente, a situação patrimonial demonstrada. Portanto, é importante para análise de balanços.

9- O que são os índices-padrão?
São os principais instrumentos utilizados para análise da situação econômica e financeira da empresa, representando os resultados da comparação entre as grandezas. Embora seja um dado numérico estatístico, o índice não deve ser considerado isoladamente, mas sob o aspecto dinâmico e dentro de um contexto mais amplo, onde outros indicadores e variáveis devem ser conjugadamente ponderados.

10- Hoje em dia, uma análise de balanços deve ser vista de maneira sistêmica, considerando todos os elementos do ambiente, formais e informais. Assim, além dos demonstrativos financeiros, o que mais deve ser levado em conta para se obter um completo diagnóstico sobre uma empresa?
Hoje em dia os analistas avaliam a empresa de forma geral, buscam um completo diagnóstico da empresa, assim os elementos do ambiente não podem ser descartados.

11- O que mostra a análise vertical?
A análise vertical baseia-se em valores percentuais das demonstrações contábeis, onde o percentual de cada conta mostra sua real importância no conjunto e em relação a padrões do ramo. Na DRE a referência é a Receita Líquida de Vendas, e no Balanço Patrimonial são os grupos de contas, permitindo assim inferir se há itens fora das proporções normais.

12- O que mostra a análise horizontal?
A análise horizontal fundamenta-se na evolução de cada conta de uma série de demonstrações financeiras de dois ou mais exercícios, permitindo dessa forma a verificação de quais itens a empresa vem dando ênfase na alocação dos seus recursos. Além disso, determina o crescimento do ativo circulante em comparação com o crescimento do passivo circulante de cada empresa.

13- O que mostra a análise por quocientes?
É a avaliação de valores patrimoniais, financeiros e de resultados, mediante cálculo para definir a influência ou proporção de um elemento sobre outro de natureza diferente, indicando quantas vezes um contém o outro. Utiliza-se o quociente como parâmetro para a análise.

14- Comente: “empresas do mesmo ramo apresentam demonstrações com semelhante estrutura”.
As empresas seguem um índice-padrão, facilitando a compreensão das informações entre as mesmas.

15- Diferencie: Capital Próprio, Capital de Terceiros, Capital Circulante Líquido e Capital Social.
Capital de Terceiros: Representam recursos originários de terceiros utilizados para a aquisição de ativos de propriedade da entidade. Corresponde ao passivo exigível.
Capital Próprio: São os recursos originários dos sócios ou acionistas da entidade ou decorrentes de suas operações sociais. Corresponde ao patrimônio líquido.
Capital Social: É o valor previsto em contrato ou estatuto, que forma a participação (em dinheiro, bens ou direitos) dos sócios ou acionistas na empresa.
Capital Circulante Líquido: corresponde à soma do capital próprio com o capital de terceiros. É também igual ao total do ativo da entidade.

16- O que são as reservas de lucros? Quando devem ser constituídas? Qual a sua finalidade?
As reservas de lucros são as contas de reservas constituídas pela apropriação de lucros da companhia, conforme previsto no § 4º do art. 182 da Lei 6.404/76, para atender a várias finalidades, sendo sua constituição efetivada por disposição da lei ou por proposta dos órgãos da administração.
São constituídas a partir das destinações do lucro líquido do exercício, por proposta dos órgãos da administração à assembléia de acionistas.
Tem por finalidade assegurar a integridade do capital social, assim à utilização do seu saldo somente é permitida para compensar prejuízos e aumentar o capital social.

17- Qual a diferença entre Lucro Operacional e Lucro Líquido?
O lucro operacional é igual às receitas totais das operações menos os respectivos custos totais. Já o lucro líquido pode ser calculado pela diferença entre lucro bruto e as deduções de imposto de renda e de outras taxas que a empresa tenha que pagar.

18- Qual a diferença entre uma análise econômica e uma análise financeira?
Análises financeiras representam o estudo das demonstrações financeiras de uma organização associada a um processo decisório, e tem o objetivo de buscar um levantamento a respeito da saúde financeira da empresa, representada pela sua liquidez e rentabilidade. Já análise econômica mostra a margem de lucro obtida, o retorno do ativo e a taxa de retorno do PL.

19-Cite 5 indicadores de análise financeira.
Liquidez corrente, endividamento da garantia de capital de terceiros, análise da estrutura, liquidez seca, análise do capital circulante líquido ( folga financeira).

20-Cite 5 indicadores de análise econômica.
Rentabilidade do PL, margem líquida, Giro do ativo, análise da DRE, análise da DMPL.

21-Qual o produto final da Análise de Balanços?
São as informações realizadas em cima dos demonstrativos para tomada de decisões.

22- Comente: “Análise de Balanços versus Contabilidade Criativa”.
São fatos totalmente divergentes, pois a contabilidade criativa faz com que as fraudes contábeis dificultem uma análise de balanço correta.

23- Quais as empresas são obrigadas a fazer o balanço anual?
As empresas S/A.

24- Pode a Análise Horizontal dispensar a Análise Vertical? Quais os inconvenientes de serem usadas separadamente?
Isoladamente, essas duas técnicas poderão induzir a erros de avaliação ou encobrir fatos importantes. Em contrapartida, se utilizadas conjuntamente, essas técnicas se completam e permitem identificar aqueles elementos merecedores de uma investigação mais profunda, a fim de determinar as causas dos seus desvios e adotar medidas corretivas cabíveis.

25-Quais os dois principais demonstrativos contábeis?
Balanço Patrimonial e DRE.

26- Quanto vale o Capital Humano de uma empresa?
É um fator que não se mede na empresa, é alma do negócio, nele que se concentram os maiores deságios de gestão.

27- O que é o Balanço Social?
O balanço social é um demonstrativo publicado anualmente pela empresa reunindo um conjunto de informações sobre os projetos, benefícios e ações sociais dirigidas aos empregados, investidores, analistas de mercado, acionistas e à comunidade. É também um instrumento estratégico para avaliar e multiplicar o exercício da responsabilidade social corporativa.

28- Qual a diferença entre Auditoria e Análise de Balanços?
Análise de Balanços de forma geral tem o foco em analisar o desempenho da empresa, já a auditoria visa um levantamento sobre as contas do balanço social, com o objetivo de levantar informações divergentes.

29- Quais as 4 técnicas que a contabilidade utiliza para alcançar seus fins?
- registro dos fatos: escrituração;
- demonstração expositiva dos fatos: demonstrações contábeis;
- confirmação dos registros e demonstrações: auditoria;
- análise e interpretação dos demonstrativos: análise de balanços.

30- O que é contabilidade gerencial?
A contabilidade gerencial é indispensável na gestão de negócios. Administradores, contadores e os responsáveis pela gestão das empresas precisam cada vez mais de informações que vão além do simples cálculo.
GLOSSÁRIO

ANÁLISE DE BALANÇO: técnica utilizada para se conhecer a real situação financeira de uma instituição e para fins gerenciais ou de financiamento, em função das variações patrimoniais.
AUDITORIA: levantamento, estudo e avaliação sistemática das transações, procedimentos, operações, rotinas e demonstrações financeiras de uma entidade.
BALANÇO PATRIMONIAL: é a demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e quantitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da Entidade.
CAPITAL DE TERCEIROS: representam recursos originários de terceiros utilizados para a aquisição de ativos de propriedade da entidade. Corresponde ao passivo exigível.
CAPITAL PRÓPRIO: são os recursos originários dos sócios ou acionistas da entidade ou decorrentes de suas operações sociais. Corresponde ao patrimônio líquido.
CAPITAL SOCIAL: é o valor previsto em contrato ou estatuto, que forma a participação (em dinheiro, bens ou direitos) dos sócios ou acionistas na empresa.
CAPITAL TOTAL A DISPOSIÇÃO DA EMPRESA: corresponde à soma do capital próprio com o capital de terceiros. É também igual ao total do ativo da entidade.
CONTAS PATRIMONIAIS: representam os elementos ativos e passivos (bens, direitos, obrigações e situação líquida).
DADO: números, medidas, valores, símbolos quantitativos ou quantificáveis.
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE): destina-se a evidenciar a formação de resultado líquido do exercício, diante do confronto das receitas, custos e despesas apuradas segundo o regime de competência.
DIREITOS: valores a serem recebidos de terceiros, por vendas a prazo ou valores de nossa propriedade que se encontra em posse de terceiros.
ENDIVIDAMENTO: indicador ou medida de risco financeiro, sendo uma variável básica na hora de determinar a estrutura financeira mais adequada para a empresa.
GIRO DO ATIVO: correspondente a quantas vezes a empresa vendeu seu Ativo.
INFORMAÇÃO: conclusões obtidas a partir da interpretação e compreensão de um conjunto de dados, mensagens recebidas sob forma de dados.
INTANGÍVEL: os ativos intangíveis compreendem o leque de bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. Trata-se de um desmembramento do ativo imobilizado, que passa a contar apenas com bens corpóreos de uso permanente.
LIQUIDEZ: a liquidez de determinado ativo mede a sua capacidade para ser transformado em numerário de forma a poder ser utilizado como meio de troca em transações.
MARGEM LÍQUIDA: indicador usado na análise financeira que expressa a relação entre o lucro líquido da empresa e a sua receita líquida de vendas.
OBRIGAÇÕES: são dívidas ou compromissos de qualquer espécie ou natureza assumidos perante terceiros, ou bens de terceiros que se encontra em nossa posse.
PREJUÍZOS ACUMULADOS: conta que registra as perdas acumuladas da entidade, já absorvidas pelas demais reservas ou lucros acumulados.
RENTABILIDADE: capacidade da empresa em retribuir os capitais investidos, sejam estes capitais próprios ou de terceiros.
RESERVAS DE CAPITAL: são contribuições recebidas por proprietários ou de terceiros, que nada têm a ver com as receitas ou ganhos.
RESERVAS DE LUCRO: são obtidas pela apropriação de lucros da companhia ou da empresa por vários motivos, por exigência legal, estatutária ou por outras razões.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Sites contábeis

http://www.portaldecontabilidade.com.br/

http://www.balancopatrimonial.com/

http://www.cfc.org.br/

http://www.sitecontabil.com.br/

http://www.fbc.org.br/fbc.htm

http://www.portaldeauditoria.com.br/

http://contadorperito.com/

http://www.forumcontabeis.com.br/

http://www.crcmg.org.br/

http://www.sinescontabil.com.br/

http://www.contabilista-br.com.br/pags/index.asp

http://www.classecontabil.com.br/
Análise- Balanço Patrimonial CRUZEIRO ESPORTE CLUBE- 2006/2007


Link: http://www.cruzeiro.com.br/?section=clube_balanco&idm=1 (Balanço Patrimonial)

Situação Financeira

Analisando a liquidez do clube, verificamos que houve uma queda no ano de 2007 em relação a 2006. Em 2007 para cada R$ 1,00 de obrigações em curto prazo, há R$ 1,09 para cobertura de dívidas. Portanto, o clube não tem problema para honrar com suas obrigações, apesar de não estar em uma situação confortável.
Quanto ao índice de endividamento do clube, podemos perceber que está razoável. A cada R$ 1,00 aplicado no ativo 52% tem origem de terceiros. O restante é bancado pelos proprietários. Já o indicador de garantia de capital de terceiros é mais preocupante, para cada real tomado de terceiros, os proprietários investem apenas R$ 0,94. Assim podemos concluir que o endividamento do clube não é bom.
Interpretando os indicadores de estrutura, podemos chegar à conclusão de que o clube tem 82% de seu ativo aplicado em itens permanentes, sendo que o imobilizado representa a maior parte do ativo total em 2007. A imobilização do capital próprio demonstra que aproximadamente 171% dos recursos dos proprietários são destinados ao ativo permanente, assim indicando uma situação preocupante, pois parte do ativo permanente é financiado com capital de terceiros.


Situação Econômica

Analisando a lucratividade do clube, podemos perceber que não é nada boa. Em 2006 há uma margem de lucro de 0,7%, já em 2007 não há lucro, pois houve prejuízos.
Quanto ao giro do ativo, vemos que é muito baixo. O clube consegue uma rotação de 0,41 vezes anualmente seus ativos.
Analisando a DRE 2006/2007, verificamos que o faturamento bruto do clube cresceu aproximadamente 7%, mas o custo praticamente acompanhou este faturamento tendo um crescimento de quase 7%. Esta má administração justifica parte do prejuízo do clube em 2007.
Indicadores financeiros X Capital Intelectual

Gustavo Vieira Marques 15/06/2008



Antigamente as empresas tinham uma maior preocupação em analisar os indicadores financeiros, e muitas vezes deixavam de lado os indicadores não-financeiros, conhecidos também como capital intelectual. Mas hoje percebe-se que o capital intelectual é extremamente importante, e vem fazendo a diferença no mercado de trabalho, sendo assim, as organizações já apresentam maior interesse em estudar e tentar contabilizar esse importante componente.

A análise dos indicadores financeiros é essencial dentro de uma organização, já que fornece importantes informações no que tange ao seu quadro econômico-financeiro, e, conseqüentemente, auxilia no processo decisório, tanto em situações de perceber necessidades de correção, quanto para se manter processos que estejam resultando no alcance dos objetivos traçados pela empresa. Os indicadores financeiros buscam basicamente o valor contábil, dando ênfase ao Balanço Patrimonial (BP) e à Demonstração de Resultados do Exercício (DRE), com o objetivo de analisar e obter conclusões a respeito da situação da empresa. Dentro dessa análise, são utilizadas diferentes técnicas e diversificados índices, que já são padrões e geram de forma mais eficiente às informações necessárias para se dar suporte ao sistema de gerência interno da empresa.

Já o capital intelectual representa um capital não-financeiro, e é visto como uma lacuna entre o valor de mercado e o valor contábil. Bons exemplos do capital intelectual são as marcas, imagem no mercado, tecnologia utilizada, produtos ou serviços, história, entre outros; e justamente pelo fato de serem ativos intangíveis, representam grande complexidade e dificuldade para que a Contabilidade possa transformá-los em dados e contabilizá-los. Porém, essa maior dificuldade de contabilização não diminui sua importância dentro da análise da situação de uma empresa, uma vez que é responsável pela gerência dos aprendizados adquiridos na busca de novos conhecimentos, que utilizados de maneira correta, serão responsáveis pela produção de benefícios a médio e longo prazos para a empresa, independente de seu porte: pequeno, médio ou grande.


O termo capital intelectual tem sido alvo de muitas pesquisas e estudos que objetivam seu maior entendimento e buscam uma maior eficiência de sua utilização, uma vez que sua importância dentro das organizações cresce cada vez mais. Esses presentes estudos se apresentam como grandes aliados da Contabilidade, já que suas conclusões podem ser utilizadas como ferramentas na tentativa de mensurar os ativos gerados por ele.

Já se sabe que um relatório sobre o Capital Intelectual de uma empresa contém informações de suma importância para seus gestores e acionistas, uma vez que contribuem para a organização se conhecer melhor e poder atingir desenvolvimento e crescimento. Dentre as justificativas dessa importância pode-se apontar o fato do relatório fornecer suporte para a criação de novas técnicas e produtos, aumentando assim, a competitividade da empresa dentro do mercado; e por mostrar o valor oculto da organização, o que não é aparente nas Demonstrações Contábeis e exerce papel importante para os acionistas posicionarem a firma no momento e terem uma visão da mesma em longo prazo. Além disso, a divulgação de relatórios desse tipo torna possível a projeção de uma futura capacidade de geração de caixa pela organização, e ajuda num posicionamento mais complexo e abrangente das condições da empresa em relação ao seu mercado alvo. Sendo assim, o desafio está, justamente, em se encontrar técnicas de se mensurar e contabilizar os aspectos relacionados ao capital intelectual.

A exemplo disso, a Skandia, grande grupo financeiro da Escandinávia, tem se dedicado ao estudo desse assunto, e já é responsável pela criação de um modelo de mensuração do Capital Intelectual e formulação de um relatório contendo suas informações e conclusões mais importantes. Esse modelo busca captar e avaliar os conhecimentos adquiridos na busca de desenvolvimento e da criação de novos processos que venham a trazer maiores benefícios à organização.

Dessa forma, conclui-se que a análise dos indicadores não-financeiros de uma empresa é tão importante quanto à análise dos indicadores financeiros, o que pode ser apontado como causa do crescente interesse e preocupação das mesmas em estudar, entender e contabilizar o Capital Intelectual, a fim de que, juntamente às informações obtidas através dos demonstrativos contábeis, possam disponibilizar a situação real e abrangente da empresa dentro dos contextos econômico e financeiro.



domingo, 8 de junho de 2008

ALAVANCAGEM OPERACIONAL, FINANCEIRA E COMBINADA


Tomislav R. Femenick



No mundo dos negócios, alavancagem é o método que utiliza recursos de terceiros com o fim de aumentar a taxa de lucros sobre o capital próprio. Portanto, o estudo da alavancagem financeira ou operacional procura evidenciar a importância relativa dos recursos de terceiros, na estrutura de capital de uma empresa. Para isso analisa-se a taxa de retorno do capital próprio, considerando-se os custos de remuneração dos capitais de terceiros, usados para alavancar as operações da sociedade. Portanto, alavancagem é a capacidade que uma empresa possui para utilizar ativos ou recursos externos, tomados a um custo fixo, visando maximizar o lucro de seus sócios.

Agora é necessário explicitar as características das categorias distintas de alavancagem, bem como o sentido do grau de alavancagem:

Alavancagem Financeira – Tem como base o aumento do lucro líquido, em contraponto às despesas financeiras. È a capacidade da empresa em maximizar o lucro liquido por unidade de cotas (no caso de uma empresa por cotas de responsabilidade limitada) ou por ações (no caso de uma sociedade anônima), com a obtenção de financiamento cujos juros e outros encargos são fixos. Essa capacidade é evidenciada pelo quociente entre o passivo e os recursos próprios; ou situação líquida da empresa.

Alavancagem Operacional – Tem como ponto de partida o aumento das Vendas, em contrapartida aos curtos fixos. É determinada em função da relação existente entre as Receitas Operacionais e o Lucro Antes de Juros e Imposto de Renda, conhecido como LAJIR (este conceito confunde-se com o lucro operacional).

Grau de alavancagem financeira – É o aumento de rentabilidade dos sócios, em função da utilização de capitais de terceiros. Como cada empresa apresenta estruturas financeira e operacional próprios e individualizadas, o emprego de capitais de terceiros em sociedades diferentes produz resultados diferentes em termos de alavancagem. Então, grau de alavancagem financeira de um negócio é a relação entre endividamento de longo prazo e o capital empregado pela empresa, evidenciada pelo quociente encontrado pela equação “Endividamento de Longo Prazo / Capital Total Empregado”. Quanto maior for o quociente, maior será o grau de alavancagem, isto é, quanto maior a proporção de capitais de terceiros em relação ao capital próprio, mais elevado o grau de alavancagem financeira.

ALAVANCAGEM OPERACIONAL

Os custos operacionais das empresas permanecem inalterados em determinados intervalos de produção e venda, representando que quanto maior a produção menos e seu peso relativo e vice versa; quando menos se produz mais se sente o peso dos custos fixos. Quando as empresas elaboram projetos pra captar financiamentos, visando aumentar a produção sem aumentar os custos fixos ou aumentando menor do que o crescimento do lucro Antes das Despesas Financeiras e do Imposto de Rendas, elas buscam obter Alavancagem Operacional. Depois de implantado o projeto, se alcançarem seu objetivo, elas produzem “Alavancagem Positiva”; se simplesmente mantêm o mesmo nível anterior ao projeto, elas obtêm o que o mercado chama de “Alavancagem Travada” ou “Alavancagem Constante”; se o resultado for inferior ao lucro anterior, têm como resultado uma “Alavancagem Negativa”. Essa última posição, se indesejável no curto prazo, poderá ser aceita no longo prazo, pois quando da quitação dos recursos de terceiros a situação pode se reverter e, antão, produzir “Alavancagem Positiva”.
CONTABILIDADE GERENCIAL - O QUE É? COMO UTILIZÁ-LA?


Júlio César Zanluca

A contabilidade é uma ferramenta indispensável para a gestão de negócios. De longa data, contadores, administradores e responsáveis pela gestão de empresas se convenceram que amplitude das informações contábeis vai além do simples cálculo de impostos e atendimento de legislações comerciais, previdenciárias e legais.

Contabilidade Gerencial, em síntese, é a utilização dos registros e controles contábeis com o objetivo de gerir uma entidade.

A gestão de entidades é um processo complexo e amplo, que necessita de uma adequada estrutura de informações - e a contabilidade é a principal delas.

Além do mais, o custo de manter uma contabilidade completa (livros diário, razão, inventário, conciliações, etc.) não é justificável para atender somente o fisco. Informações relevantes podem estar sendo desperdiçadas, quando a contabilidade é encarada como mera burocracia para atendimento governamental.

Objetivamente, o custo médio de uma contabilidade de empresa de pequeno porte (faturamento até R$ 120.000/mês) é acima de R$ 600,00. Numa empresa de médio porte (faturamento até R$ 1.000.000/mês) este custo vai a R$ 3.000,00 ou mais. Tais empresas precisam aproveitar as informações geradas, pois obviamente este será um fator de competitividade com seus concorrentes: a tomada de decisões com base em fatos reais e dentro de uma técnica
comprovadamente eficaz – o uso da contabilidade.

A contabilidade gerencial não “inventa” dados, mas lastreia-se na escrituração regular dos documentos, contas e outros fatos que influenciam o patrimônio empresarial.

Dentre as utilizações da contabilidade, para fins gerenciais, destacam-se, entre outros:
1. Projeção do Fluxo de Caixa
2. Análise de Indicadores
3. Cálculo do Ponto de Equilíbrio
4. Determinação de Custos Padrões
5. Planejamento Tributário
6. Elaboração do Orçamento e Controle Orçamentário

CONDIÇÕES

O primeiro passo para uma contabilidade verdadeiramente gerencial, é que esta seja atualizada, conciliada e mantida com respeito às boas técnicas contábeis.
Desta forma, pressupõe-se, entre outros, que uma contabilidade para uso gerencial deva ter:

1. Contas bancárias devidamente “fechadas” com os respectivos extratos, sendo as diferenças demonstradas e que tais diferenças não afetem o resultado pelo regime de competência. Admite-se, tão somente, as típicas “pendências” bancárias, como cheques não compensados e pequenos valores de débitos e créditos a ajustar. Valores expressivos, como débitos de juros e encargos sobre financiamentos, devem estar contabilizados.
2. Provisões de Férias e 13º Salário feitas mensalmente, com base em relatórios detalhados do departamento de recursos humanos. A falta de provisão mensal distorce as demonstrações contábeis, pois o regime de competência não é atendido.
3. Depreciações, amortizações e exaustões, contabilizadas com base em controles do patrimônio.
4. Registro dos tributos gerados concomitantemente ao fato gerador, efetuando-se também a Provisão do IRPJ e CSLL, conforme regime a que está sujeito a empresa (lucro real, presumido ou arbitrado).
5. Nas empresas que se dedicam às atividades imobiliárias, optar por contabilizar custos orçados das obras. Outras atividades também exigirão técnicas contábeis específicas, como as cooperativas e as instituições financeiras.
6. Receitas, custos e despesas, reconhecidas pelo regime de competência, como detalhado adiante.

O REGIME DE COMPETÊNCIA CONTÁBIL

O reconhecimento das receitas e gastos é um dos aspectos básicos da contabilidade que devem
ser conhecidos para poder avaliar adequadamente as informações financeiras.

Sob o método de competência, os efeitos financeiros das transações e eventos são reconhecidos nos períodos nos quais ocorrem, independentemente de terem sido recebidos ou pagos.
Para todos os efeitos, as Normas Brasileiras de Contabilidade elegem o regime de competência como único parâmetro válido, portanto, de utilização compulsória no meio empresarial.
Índices de Liquidez


Ronald Domingues* 12 de abril de 2005

A análise de liquidez ou da capacidade de solvência de uma empresa é realizada através do cálculo e interpretação dos índices de liquidez. Adicionalmente, deve-se complementar o estudo com o cálculo dos ciclos financeiro e operacional da companhia.

Índices de Liquidez

Os índices de liquidez normalmente empregados são: Liquidez Geral, Liquidez Corrente, Liquidez Seca e Liquidez Imediata. Todos eles relacionam bens e direitos com obrigações da firma, por intermédio de uma simples operação de divisão. Embora não seja a melhor definição, costuma-se dizer que os índices de liquidez medem “o quanto a empresa tem para cada unidade monetária que ela deve”. Passaremos às particularidades de cada um dos quatro índices citados.

O Índice de Liquidez Geral (ILG) é calculado a partir da divisão da soma dos ativos circulante (AC) e realizável a longo prazo (RLP) pela soma dos passivos circulante (PC) e exigível a longo prazo (ELP). Sua função é indicar a liquidez da empresa no curto e longo prazo, por isso o nome Liquidez Geral. Uma observação importante é que alguns valores registrados no RLP podem ser dificilmente “realizáveis” na prática, como, por exemplo, determinados depósitos judiciais, os quais deverão ser excluídos do cálculo do ILG.

A simples divisão entre ativo circulante (AC) e passivo circulante (PC) produz o Índice de Liquidez Corrente (ILC), que reflete a capacidade de pagamento da empresa no curto prazo. O crescimento exagerado das contas a receber, principalmente quando ocasionado por aumento de inadimplência, ou ainda a avolumação dos estoques, devido a falhas em linhas de produção ou obsolescência, devem ser expurgados do cálculo desse índice.

O Índice de Liquidez Seca (ILS) tem como objetivo apresentar a capacidade de pagamento da empresa no curto prazo sem levar em conta os estoques, que são considerados como elementos menos líquidos do ativo circulante. Após retirarmos os estoques do cálculo, a liquidez da empresa passa a não depender de elementos não-monetários, suprimindo a necessidade do esforço de “venda” para quitação das obrigações de curto prazo.

Continuando o raciocínio do Índice de Liquidez Seca, o Índice de Liquidez Imediata (ILM) elimina também a necessidade do esforço de “cobrança” para honrar as obrigações. Com o desenvolvimento do mercado de crédito, esse índice passou a ter pouca relevância na maior parte das empresas. Nos dias atuais, não é aconselhável manter disponibilidades muito elevadas, deixando de investir na própria atividade.

Os índices de liquidez são, a grosso modo, interpretados da forma “quanto maior, melhor”. O ponto chave para todos eles ocorre quando o resultado da divisão é igual a 1 (um), indicando que a empresa “possui” uma unidade monetária para cada outra devida. Esse ponto não pode ser considerado como o break even point, ou ponto de equilíbrio. Para defini-lo, devemos primeiramente observar outros fatores como os ciclos financeiro e operacional da empresa.